A partir desta segunda dia 17 de dezembro será aberta para o público a Livraria Cultura da Cinelândia, a partir das 12h, e finaliza a primeira etapa do retrofit no antigo Cine Vitória. (atualizado após a inauguração)
O cinema do Edifício Rivoli, estilo art deco foi construído em 1939 no centro do Rio de Janeiro e é tombado como patrimônio histórico cultural do município. A reforma preservou o piso preto e branco, além do belo painel, o balcão e parte da arquitetura original: fachada e os revestimentos de mármore e granito passaram por restauração com quase 3.200 m². Tudo começou no ano passado, quando o BNDES aprovou financiamento para as livrarias de Manaus, Recife, Curitiba e Rio de Janeiro (duas unidades); incluiu também no projeto modernização de sete filiais.
O arquiteto Fernando Brandão nos apresenta uma loja conceito que de imediato remete às espirais do conhecimento utilizados na gestão ou da aprendizagem – outros exemplos de arquitetura similar: a rampa dos museus do Vaticano (foto) ou Guggenheim. O plano inclinado da busca de conhecimento, e de sabedoria nunca se tornará sinônimo de ladeira, difícil. Assim como no livro Rayuela de Julio Cortazar nos deliciamos ao percorrer as várias possibilidades de leituras hiper (textuais) nas estantes enquanto o caminho é feito para cima – na espiral o caminho é parecido, mas a evolução praticamente inevitável. E que neste prazeroso labirinto o caminho para a saída proporcione não apenas conhecimento, mas sabedoria…
rampa no Museu do Vaticano
Uma das arquitetas da Livraria Cultura, Daniela Moniz informou que para preservar a estrutura alterou-se o projeto original que está diferente do padrão das outras filiais, mas a equipe ficou muito satisfeita com os resultados: a bilheteria do antigo cinema será utilizada para os eventos no teatro, e a parede onde estava a tela também foi preservada por isso o projeto vazado para dar visibilidade.
O nome do teatro é homenagem à fundadora da livraria, com 180 lugares no subsolo e abrirá as portas no início de 2013. Hoje Maitê Proença e Clarice Niskier leram “A beira do abismo me cresceram asas” com o auditório lotado. A alemã refugiada do nazismo que para melhorar o orçamento começou alugando livros e em 1969 inaugurou a loja agora tem seis teatros chamados Eva Herz – acompanhe a programação. Tive uma rápida conversa com seu filho Pedro Herz – presidente do conselho de administração da firma e descobri que ele fala alemão, talvez o motivo da empresa ter sempre disponível um dos mais completos catálogos com títulos nesta língua.
Aconteceram shows do grupo de gafieira do dançarino Alexandre Silva, chorinho com Movimento Artístico da Praia Vermelha. Lançamentos itinerantes da Editora Retina 78 que já passou por São Paulo, quiosque da rede globo e ainda irá para Florianópolis e Belo Horizonte: Suburbia e Luiz Gonzaga – O menino cantador . A blogueira Babi Dewet teve fila com vários teens pedindo autógrafo para no seu exemplar de “Sábado à Noite“. A livraria estava cheia, e sobressaiu para os presentes a citação de vários autores escritos com giz na lateral das estantes, como Tolkien e Michael Ende.
Conheci o trabalho de Pedro Dória quando ele escrevia para o blog No Mínimo. Tive o oportunidade de inquirir sobre o motivo de um jornalista que se mostra muitas vezes à frente do seu tempo e que aparentemente gosta de tecnologia, escolher um tema de passado tão distante “1564 – Enquanto o Brasil Nascia”. Ele afirmou que como profissional era seu dever esquadrinhar e descrever a informação, não importando a temporalidade o fato está lá para ser investigado. Perguntei também sobre a escolha de falar sobre a família Sá. Dória respondeu que escrevia sobre a formação da cultura e da região Sudeste, suas influências neste determinado espaço de tempo – a família Sá foi personagem de destaque e participou deste período ativamente.
Nem tudo é apenas tradição neste espaço renovado: a rampa/estante conecta pavimentos e várias seções: dentro do conceito store in store, o chamado espaço Geek , destinado aos fãs e nerds (ou não) que gostam de ficção científica, jogos, itens colecionáveis: livros, HQs, RPG… (capacho do batman, cards de magic, pôsters, uma edição de Sandman anotada e armário inspirado no TBBT chamaram atenção); totens para experimentação de games em uma arquitetura pensada para se jogar – Playstation, Wii e Xbox 360.
O espaço para e-books é dedicado ao melhor e-reader eleito pela conceituada revista Wired! – Kobo, lançado este mês com a marca da Livraria Cultura. Neste espaço os clientes poderão degustar e comprar na hora o primeiro modelo lançado no Brasil que já possui mais de 10 mil ebooks grátis disponíveis no formato.
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Colunista Pedro Dória
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painel preservado do Cine Vitória
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vão central Livraria Cultura Cine Vitória – Cinelândia
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Espaço infantil
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Pedro Herz comemora
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convite inauguração
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Espaço geek
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arrasando no salão 2
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montagem para a inaguração
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Galeria com exposição de Jorge Guinle
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Escadas
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parte da espiral de livros na inauguração
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Pocket show – chorinho
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Kobo
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Citação – Michael Ende “História Sem Fim”
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Discos
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O chefe da @nataliaporra
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Café V.
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Cobertura da imprensa – EBC
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Storm Trooper dançarino \o/
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arrasando no salão 1
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Editores do quadrinho Suburbia – Bruno e Pedro
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Várias crianças no espaço lendo e brincando
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dançarinos na entrada da livraria
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estantes ❤
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bota geek nisso
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Citação – Tolkien “O Hobbit”
No segundo pavimento temos um espaço para exposições, com curadoria de José Carlos Honório e do outro lado no mesmo nível divisamos os guias de viagem e moleskines (Livraria Cultura é a primeira loja em toda América Latina a ter um espaço exclusivo para os produtos Moleskine® ). Assim como a loja de São Paulo do Conjunto Nacional terá um café com varanda e um espaço gourmet que terá curso ministrado por convidados. Seguindo a rampa em espiral vazada para o grande vão central entre os mais de 50 mil títulos à venda, ainda encontramos Blu–ray, CDs, DVDs e discos com o diferencial de acervo (design, arquitetura, fotografia) e atendimento que conheço dos três anos que morei em Pernambuco e freqüentava a Cultura no Recife Antigo – na época a maior do país.
A revitalização do centro do Rio ganhou pontos, e o preeenchimento do vazio que faz agora uma ligação merecida entre a Lapa e a Cinelândia. Finalmente transformar o ambiente em um centro cultural com alternativas gratuitas (pocket show, entretenimento infantil, lançamentos, palestras, etc) se interligando com a variada programação de eventos à sua volta me proporciona a sensação de este não será apenas mais um local, mas um ponto de encontro de quem já freqüenta o Teatro Municipal, Teatro Rival, Amarelinho, Centro Cultural da Justiça Federal, Lapa, Goethe Institut, escola de Música da UFRJ: a convergência e mistura no sentido ótimo do moderno e clássico e que chamamos Cultura, juntando diversas tribos. Encontrei como previsto alguns conhecidos que gostam de ler saindo do trabalho, e músicos antes da sua apresentação na Lapa passaram por lá.
Disse e repito: descobri que além de livro novo, gosto de cheiro de @LivCultura nova \o/
Agradecemos o convite da Máquina Public Relations, que estendemos aos leitores do blog
MAIS
Mercado – livraria cultura é cada vez mais carioca http://www.publishnews.com.br/telas/noticias/detalhes.aspx?id=71547
Visual antes da restauração
Liberação do financiamento pelo BNDES
Histórico do Cine Vitória http://www.riocomela.com.br/index.php/2012/12/14/cine-vitoria-e-livraria-cultura/
Revitalização e a importância da cultura
Conheça mais a Livraria Cultura
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